Wednesday, September 26, 2012

SEGUNDO SHOW

Não foi tão bom como o primeiro, talvez seja pela distância que eu estava- fiquei no último andar na arquibancada, e o som estava bem abafado. Não recomendo.

Diferente é poder acompanhar os personagens daquele lugar: conheci um casal, Nancy e Jack, bem simpáticos, no meu inglês de dinossauro conseguimos conversar. Eles me perguntaram se o Bruce era conhecido no Brasil, eu falei que não era muito. Jack me disse que seu primeiro show do Bruce foi em 1974! No final do show, ele virou pra mim:"Ele está bem melhor do que em 1974!". Legal, essas coisas, não são?!

Uma menina acompanhada de  um cara, quando não estava namorando, estava bebendo, perguntou pra mim que música era essa que tava tocando, respondi que se tratava da "Does This Bus Stop at 82nd Street?, do primeiro álbum, mas na hora não soube falar direito, e soltei umas palavras:" bus... stop", "first album" acabei me enchendo e falando isso(risos).

Fiquei reparando como eles são organizados, o cara poderia ter o assento marcado no último andar, se no primeiro andar estivesse vazio, ele não sentava nem ferrando. Eu tentei ir para o GA(pista), mas não me deixaram, é óbvio. Lá o jeitinho brasileiro não funciona. Se bem que uma hora fui parar numa arquibancada vazia, só eu e o Bruce lá em baixo, pensei em ficar lá, but, não era bom arriscar, poderia estragar meus dias nos Estados Unidos.

Uma pena não ter podido ter entrado com a minha câmera no estádio, fizeram eu pagar cinco dólares para guardar a máquina fotográfica, alguns conseguiam, macacos velhos em show do Bruce, como o Rapha. Até a Pat conseguiu dar um jeito, mulheres sempre são mais espertas que os homens.

Desci na lojinha do Boss, cada coisa legal, estava um silêncio, bem massa essa sensação, o show comendo solto e eu andando pra lá e pra cá.

Voltei para a minha poltrona. Como os americanos são educados, é sorry pra cá, sorry pra lá, falei tanto, que chegando aqui no Brasil, falei em português para o policial brasileiro:"desculpa!", não tinha entendido o que ele quis dizer, comédia.

Uma mulher de uns 50 anos, mais ou menos, estava pra lá de Badgá, pediu pra eu ligar pro marido dela, não estava encontrando o coitado no estádio, "i dont speak english, i am from brazil", aí ela:" ah, tá, conta outra", e me olhou desconfiada... é cada uma!

O que aconteceu aqui direto era trombar brasileiros, o que havia de gente  de verde e amarelo não estava no gibi, perguntei para uma mulher no shopping em New Jersey:" How Time Is It?", aí ela em português mesmo:" ai, não sei...",  "pode falar em português mesmo"- falei pra ela. Por isso que ninguém me entendia só fui descobrir que não é "How", e sim What,boa,Pedrão!

Essa cidade deve ser a mais globalizada do planeta, você vê gente de todo mundo: Irã, Egito, Japão, China, Taiwan, Paquistão, México, Índia, muito mais fácil você encontrar um cara de outro país que não seja os Estados Unidos.

Mas eu fiquei impressionando com o nível de educação, é claro que sempre tem uns malas, mas a maioria está preparada para receber turistas, pode falar uma palavra, que eles vão fazer uma força pra formular a frase. Fico imaginando aqui no Brasil, o turista está ferrado. E olha que só fiquei uma semana, e a minha impressão negativa  com relação ao Brasil, aumentou mais ainda, estamos no fim do mundo!

Conversei com um senhor americano, ele me ajudou a chegar na Estátua da Liberdade, ele estava todo orgulhoso em me ajudar, era de Connecticut, disse que fez estudos sobre o Chile, assistiu o Bruce há 20 anos, e depois nunca mais. Gostei bastante do cara. Ele também não sabia direito como fazia para ir para a Statue Of Liberty, virou para um americano dentro do vagão no metrô:" esse jovem veio do Brasil e quer ir para a Estátua", muito legal a atitude dele. Volto a repetir: é primeiro mundo, o nível de educação é outro, sei lá, voltei apaixonado por aquele país. Tirando as histórias abaixo do show do Bruce, o restante achei duca. Ah, já ia esquecendo, me indagou como o Bruce era conhecido no Brasil, se era Boss mesmo ou tinha outro apelido.

O trânsito é uma coisa de louco, pior que em São Paulo, nunca iria querer dirigir por lá, é buzina pra lá, buzina em todo canto, e o farol abre para o pedestre e mesmo assim os caras entram, tem que ficar muito esperto. Senti falta também de relógios nas ruas, como eu nunca estava com relógio, ficava desesperado pra saber as horas, será que é de propósito para o turista perder as horas fazendo compras? 


De metrô você vai pra qualquer canto, é impressionante! Fui pra Estátua, pra Broklyn Bridge, Flushing Meadows( o complexo onde fica o Us.Open), tudo de metrô, quebrando  a cara sozinho, perguntando, perguntando, bem legal, me senti bem pacas.


No Us. Open estava rolando um torneio juvenil, os atletas com seus técnicos, uma alegria enorme conhecer um dos maiores torneios do mundo, um dos quatro Grand Slam. 


Fomos para Little Italy, eu e a Patyboo comemos uma massa lá, bem massa! Péssimo trocadilho. Uns paquistaneses tiraram sarro da minha cara, esses são otários, não sabem atender os clientes. Será que vi algum mafioso? Termina o bairro dos italianos, começa Chinatown, acabei me perdendo, andei bastante( de noite meu pé latejava), mas lá, dificilmente você se perde, as ruas são por números, e vêm na sequência, rua 7, 8, 9, com  a 30, 15, mais ou menos por aí.


Voltando para o show, incrível que algumas músicas mais clássicas os coxinhas que estavam ali comigo não cantavam,mas outras como "Rosalita", a galera vibrava muito! E como é bom gritar:"Bruuuuuuuuuce", ele mudou o repertório, sempre inova nos shows. 




Na hora da homenagem para o Big Man, na música "Tenth Avenue Freeze Out", o estádio veio abaixo, fiquei com os olhos marejados na quarta e na sexta, ontem assisti a "Jungleland"(queria ter visto essa ao vivo) no Youtube, tocaram no sábado(gostaria de  ter ido, mas por uma série de razões, não rolou), o Jake fazendo o solo que foi imortalizado pelo tio é de arrepiar, e no final o Bruce dá um longo abraço no Jake. Falando em abraço, a Patrícia Rodrigues no sábado, ficou em outro lugar que não foi na pista, cruzou com o Jake, deu um longo abraço no saxofonista e disse que viemos do Brasil pra ver essa turnê, ele ficou espantado. 



Setlist:
Living on the Edge of the World
Out in the Street
Night
Hungry Heart
No Surrender
Lost in the Flood
We Take Care of Our Own
Wrecking Ball 
Death to My Hometown
My City of Ruins 
Does This Bus Stop at 82nd Street?
Jole Blon (with Gary U.S. Bonds)
This Little Girl (with Gary U.S. Bonds) 
From Small Things (Big Things One Day Come) 
Talk to Me 
This Depression
Shackled and Drawn 
Mary's Place
Waitin' on a Sunny Day
Incident on 57th Street
Rosalita (Come Out Tonight)
* * *
Rocky Ground
Born to Run
Ramrod
Bobby Jean
Dancing in the Dark
Tenth Avenue Freeze-out (with Gary U.S. Bonds) 
American Land (with Gary U.S. Bonds)


*************************************************


Uma casa superlegal ali em Mahhattan é a B.B King, eu a minha inseparável friend, fomos conferir, e para a nossa sorte, quem tocou lá foi um tal de Alan Merrill, o criador da música "I Love Rock 'N' Roll" da Joan Jett, é sério,procurem no Wikipedia que vocês vão ver que não estou brincando.

Depois pegamos um metrô às 3 da manhã e fomos parar no Village, numa casinha bem transada de jazz, chamada "Smiles"ou seria Smalls? sinceramente nunca gostei de jazz, mas nesse lugar eu entendi o que é esse estilo musical, a essência do jazz estava nesse lugar. Conversamos com um cara que nos contou que já havia tocado no Brasil. Eu dei mó fora, achei que o nome dele era Clarence, perguntei em tom de brincadeira :"Clarence Clemmons?, Big Man?", ele não deve ter entendido nada , pois o nome dele era Laurence

Na saída trocamos ideia com uma negona chamada Brianne Ford(belo nome), ela tava trêbada, e foi pegar o carrinho dela, era uma máquina caríssima, rs. Que país é esse?!

Eu assisti mesmo o Bruce?

Nós compramos mesmo a caixa do Darkness?

Tudo foi um sonho, eu não saí desse computador, nem fui viajar, sei que tudo isso não aconteceu...

BRUUUUUUUUUCE!!!

No comments: