No colégio eu tinha quatro amigos inseparáveis. Uirá,Sapateiro e Peterson. Comigo eram quatro(risos).
Na real, nessa época do ginásio, havia ainda o meu amigo de infância, Juliano e o meu vizinho César.
Lembro de muita coisa, muita coisa mesmo. Do futebol com latinha de refri,com embalagem de toddy, dos trabalhos na escola, chegávamos cedo(eu estudava a tarde), e ficamos conspirando a nossa juventude com salgadinhos na cantina e risadas doentias.
Meninas nessa época eram inatingíveis, nós éramos um bando de sem noção, sem nenhuma habilidade para com elas. Na verdade acho que nem tínhamos tanta vontade assim. Totalmente diferente de hoje em dia, em que moleques de 12 anos já são pais. Nessa época, acho que eu nem batia punheta.
Esses sentimentos me vieram a cabeça, pois, após muitos anos, eu encontrei outra turma.
A turma dos meus amigos do Muqueta.
Fiquei pensando nisso esses dias. Ninguém é mais moleque. Cada um tem a sua responsabilidade, cada um tem a sua vida, alguns já perderam totalmente a inocência, outros ainda vão viver muito, se é que vocês me entendem.
Mas eu adoro esses caras. Me sinto muito bem quando estou na companhia da bandaça Muqueta na Oreia.
Eu que sonhei a minha vida toda com o rock and roll, estar dentro de uma banda é um sentimento que não tenho nem palavras.
Cada vez que tem um show(atualmente acho que é a coisa que mais gosto na vida) me sinto mais entrosado com os caras, mais amigo e mais um da Muquetada.
Talvez o melhor seja após o show, as conversas sobre Sexo,Drogas & Rock and Roll. Parece uma conversa com o Max Cavalera. Sou exagerado, mas é isso que eu sinto, e foda-se quem é contra.
Cada um com a sua característica, Bruno, Cris , Henry e o Ramirão, obrigado por me fazer um cara melhor na companhia de vocês.
Estamos juntos até o fim.
Amizade é pra sempre. O rock and roll é a alma do negócio.
"Eu quero mais, eu quero mais, um brinde aos que tão com o copo cheio!".
http://www.reverbnation.com/muquetanaoreia/song/18887900-excesso-e-abundncia
"Para o Pedro, com o detalhe verde da capa-feito aliás por outro palestrino ilustre- como uma homenagem! Abraço alvinegro da vila,Marcelo(Nov-2013)"
Quanta merda sendo escrita por aí.
Quanta coisa sem sentido e esquecível no exato momento que você a lê.
Quanta bobagem sendo dita pelos ditos cultos e genias.
Quanta música ruim.
Quantos filmes sendo estragados.
O meu amigo poeta e santista, Marcelo Montenegro é exatamente o contrário do que eu escrevi acima.
O cara é um puta poeta. Hoje em dia ainda ter alguém que ofereça a cara fazendo poesia é raro. O que vale é só piada idiota, a cultura inútil ad infinitum.
O Marcelão é um escritor de mão cheia(os posts do seu blog eram[ e são] obras-primas), roteirista de séries de tevê, escreve como se a luz nunca se apagasse.
Recebi via correio o exemplar do seu segundo livro de poemas. Coisa fina. deveria ser ensinado nas escolas. Como é bom ler essas palavras de um cara mais que gente boa.
Restos de Estúdio
"Cada cigarro fumado na madrugada fria do posto
de uma cidadezinha absurda qualquer
durante a parada do ônibus.
Quantas imagens apodrecidas
na garganta seca das descrições,
Canções que não chegaram a tempo.
Quantos dentes pintados de preto
nos retratos sérios dos livros de História,
Tanto amor que virou desespero.
Cada silêncio perdido no grito,
Tantos cacos de vidro em cima dos muros,
Como se eu mesmo os tivesse escrito.
Quantos versos criados a bordo e não anotados,
Tanto rancor latejando
na mudez de socos não redigidos,
Tanta fita cassete e as gargalhadas
de todos os loucos
espanando o sublime do mundo.
Quantas giletes cuspidas de um pulso,
Quanto caderno novo começado,
Quantas falas roubadas de amigos,
Tantos pântanos não soletrados.
Quanta inocência colhida em varandas de abismos
que eu carrego comigo
como um tesouro afundado.
Velhas variações sobre a produção contemporânea
Gerúndio Jazz
Agora mesmo algum maluco
deve estar postando qualquer treco
genial na internet,
alguém deve estar pensando
em como melhorar aquele
texto enquanto lota o especial
de vinagrete, perseguindo
obstinadamente um acorde
voltando da padaria.
Agora mesmo alguém
pode estar pensando
que guardamos só pra gente
o lado ruim das coisas lindas -
assim, trancafiado a sete chaves
de carinho - alguém
pode estar sentindo
tudo ao mesmo tempo
sozinho, assim brutalmente
sentimental, feito coubesse
toda a dignidade humana
num abraço tímido.
Agora mesmo alguém deve estar limpando
cuidadosamente o cd com a camisa,
pulando a ponta do pão pullman,
sentindo o baque da privada gelada,
perguntando quanto está o metro
daquela corda de nylon, trepando
no carro, empurrando o filho
no balanço com uma mão
e na outra equilibrando
a lata e o cigarro, agora mesmo
alguém deve estar voltando,
alguém deve estar indo,
alguém deve estar gritando feito um louco
para um outro alguém
que não deve estar ouvindo.
Agora mesmo alguém pode estar
encontrando sem querer o que há muito
já nem era procurado, alguém no quinto sono
deve estar virando pro outro lado,
alguém, agora mesmo, no café da manhã
deve estar pensando em outras coisas
enquanto a vista displicentemente lê os ingredientes do Toddy.
Quanta merda sendo escrita por aí.
Quanta coisa sem sentido e esquecível no exato momento que você a lê.
Quanta bobagem sendo dita pelos ditos cultos e genias.
Quanta música ruim.
Quantos filmes sendo estragados.
O meu amigo poeta e santista, Marcelo Montenegro é exatamente o contrário do que eu escrevi acima.
O cara é um puta poeta. Hoje em dia ainda ter alguém que ofereça a cara fazendo poesia é raro. O que vale é só piada idiota, a cultura inútil ad infinitum.
O Marcelão é um escritor de mão cheia(os posts do seu blog eram[ e são] obras-primas), roteirista de séries de tevê, escreve como se a luz nunca se apagasse.
Recebi via correio o exemplar do seu segundo livro de poemas. Coisa fina. deveria ser ensinado nas escolas. Como é bom ler essas palavras de um cara mais que gente boa.
Restos de Estúdio
"Cada cigarro fumado na madrugada fria do posto
de uma cidadezinha absurda qualquer
durante a parada do ônibus.
Quantas imagens apodrecidas
na garganta seca das descrições,
Canções que não chegaram a tempo.
Quantos dentes pintados de preto
nos retratos sérios dos livros de História,
Tanto amor que virou desespero.
Cada silêncio perdido no grito,
Tantos cacos de vidro em cima dos muros,
Como se eu mesmo os tivesse escrito.
Quantos versos criados a bordo e não anotados,
Tanto rancor latejando
na mudez de socos não redigidos,
Tanta fita cassete e as gargalhadas
de todos os loucos
espanando o sublime do mundo.
Quantas giletes cuspidas de um pulso,
Quanto caderno novo começado,
Quantas falas roubadas de amigos,
Tantos pântanos não soletrados.
Quanta inocência colhida em varandas de abismos
que eu carrego comigo
como um tesouro afundado.
Velhas variações sobre a produção contemporânea
Gerúndio Jazz
Agora mesmo algum maluco
deve estar postando qualquer treco
genial na internet,
alguém deve estar pensando
em como melhorar aquele
texto enquanto lota o especial
de vinagrete, perseguindo
obstinadamente um acorde
voltando da padaria.
Agora mesmo alguém
pode estar pensando
que guardamos só pra gente
o lado ruim das coisas lindas -
assim, trancafiado a sete chaves
de carinho - alguém
pode estar sentindo
tudo ao mesmo tempo
sozinho, assim brutalmente
sentimental, feito coubesse
toda a dignidade humana
num abraço tímido.
Agora mesmo alguém deve estar limpando
cuidadosamente o cd com a camisa,
pulando a ponta do pão pullman,
sentindo o baque da privada gelada,
perguntando quanto está o metro
daquela corda de nylon, trepando
no carro, empurrando o filho
no balanço com uma mão
e na outra equilibrando
a lata e o cigarro, agora mesmo
alguém deve estar voltando,
alguém deve estar indo,
alguém deve estar gritando feito um louco
para um outro alguém
que não deve estar ouvindo.
Agora mesmo alguém pode estar
encontrando sem querer o que há muito
já nem era procurado, alguém no quinto sono
deve estar virando pro outro lado,
alguém, agora mesmo, no café da manhã
deve estar pensando em outras coisas
enquanto a vista displicentemente lê os ingredientes do Toddy.
Poetas moram dentro de seus poemas
Para Augusto Silva
Um saxofonista tirando à tarde
a canção que tocará à noite.
Poetas moram dentro
de seus poemas.
Alguém nadando no mar
quando a gente o perde de vista.
A cantora exaurida
subindo as escadas
com os sapatos de
salto numa das mãos.
Onde se mede a febre
da cidade. Ouvindo
até quase não suportar
a faixa mais linda do disco.
O cérebro do bandido
repassando o serviço.
SUBINDO DE CARGO NA EMPRESA DO 7 PARA O 16 ANDAR
Tem uma faxineira no meu trabalho que entrava na sala, eu cumprimentava, e ela nada. Pensei que ela fosse surda. Lá tem muito PCD, pessoas com alguma deficiência, etc.
Outro dia essa faxineira entrou na sala e começou a falar, falar, falar, não parou um minuto.
Para Augusto Silva
Um saxofonista tirando à tarde
a canção que tocará à noite.
Poetas moram dentro
de seus poemas.
Alguém nadando no mar
quando a gente o perde de vista.
A cantora exaurida
subindo as escadas
com os sapatos de
salto numa das mãos.
Onde se mede a febre
da cidade. Ouvindo
até quase não suportar
a faixa mais linda do disco.
O cérebro do bandido
repassando o serviço.
SUBINDO DE CARGO NA EMPRESA DO 7 PARA O 16 ANDAR
Tem uma faxineira no meu trabalho que entrava na sala, eu cumprimentava, e ela nada. Pensei que ela fosse surda. Lá tem muito PCD, pessoas com alguma deficiência, etc.
Outro dia essa faxineira entrou na sala e começou a falar, falar, falar, não parou um minuto.