Eddie Vedder, eu te amo!! Muito obrigado por esse show antológico!!
Todo dia eu via o anúncio no jornal: show de Eddie Vedder. Os dias foram se passando, e eu esperando a porcaria da carteira de desconto chegar(
Janine Oliveira, a mulher sumiu! avise aquele seu amigo- desculpe
Bianca Saviani Bastos,
Carlos Eduardo Bianchini), e a carteira da UMES não chegou. 3 meses de espera.
Um show passou, o segundo, ontem era o terceiro( e último!), pensei com a minha careca: vou nessa porra de qualquer jeito!.
O salário caiu, as horas extras adiantaram. Fui de táxi até as Nações Unidas. Chegamos rápido. Eu e o motorista falador ,Virgílio. Mais um palmeirense sofredor. Deve ser por isso que ficou louco.
Cheguei no Citibank Hall( antigo Credicard Hall, antigo-outros milhões de nomes), estava em busca de um cambista. Rodei, rodei, cotei, pesquisei, dei risada dos preços absurdos, até que, consegui um preço razoável.
Uma fortuna para mim, mas foda-se, sabia que iria vale a pena. Quer dizer, não sabia que esse show seria um dos maiores da minha vida...
Quase que compro um ingresso meia-entrada, mas vai que sou barrado na porta. Preferi não arriscar.
Adentrei o recinto, tudo escuro e um maluco tava berrando... cacete! não imaginei que o show do Glen Hansard já tinha começado. Achei que só entraria o artista convidado, músico de abertura no horário em que estava marcado no ingresso, 21:30. Não! 20:30 era a entrada do Glen. Para quem não conhece ele é o autor das músicas do filme "Once", "Apenas uma Vez", em brazuca. É o ator também, acho. Gostei desse filme. Bonito.
Muito bem, meu ingresso era na fileira M, plateia superior, lugar meio longinho, achei melhor ficar embaixo enquanto não chegava ninguém. Fiquei na B e não sai de lá. Sortudo dos infernos!
Ficou lotado o maravilhoso Citibank Hall.
Agora eu saquei porque o meu amigo e grande músico
Maurício Graboskiadmira pra caramba o Glen Hansard. O cara me surpreendeu. Que vozeirão! Intensidade absurda, uma música mais bonita do que a outra. Sentimento puro.
"Vocês tem uma cidade totalmente louca... eu estava dentro de um carro e as motos passavam zumbindo na minha orelha, eu tive certeza que alguém iria morrer..."
Um maluco no público respondeu a ele:"Welcome to Brasil!". Aí, Glen começou a cantarolar uma música, improvisando na hora sobre um motoqueiro que não morre em sampa. Creio que foi isso que eu entendi.
Mais pra frente, o músico comentou sobre uma música se referindo aos casais, como eles se comportam, nunca estão na mesma sintonia, nunca, ou um está muito em cima do outro(pressionando de uma forma negativa), e o outro está em outro estágio, ou vice-versa. É bem isso mesmo.
Contou como conheceu Eddie Vedder. Ou melhor, quando falou com o amigo pela primeira vez ao telefone. Eles acabavam de passar por uma tragédia, quando pessoas morreram em seus shows... Eddie ligou para Glen perguntando se ele estava bem. E ligou no dia seguinte, no outro, e ligou durante uma semana inteira.
Quando Glen foi pra Seattle, pensou que o Eddie nem deveria mais se lembrar dele, pegou o telefone na lista, e discou, e claro que Vedder lembrava do amigo.
Grande show!!
Eu não sai do meu lugar após o show do Glen, já tinha gastado uma grana, tava morrendo de fome, não queria mais gastar um tostão, precisava pegar um táxi na saída. Eita lugarzinho longe que é esse Citibank, no meio do nada, Marginal e o caraio, quem não tem condução está lascado.
As luzes se apagam(após uma demora de meia hora), o baixinho Eddie entra, e começa a cantar "Long Road", pra mim ele já poderia parar por aí.Já valeu o ingresso! Uma das minhas prediletas, trilha sonora do filme "Os Últimos Passos de Um Homem". Eu não acreditei. Eu não conseguia cantar... a menina ao meu lado não conseguia nem bater palma.
Porra, Eddie, não pode fazer isso com os pobres mortais. Ele fala melhor português do que eu. Disse sobre o seu amigo Ukelele. O instrumento musical de seu segundo álbum solo. Tocou muitas músicas de "Into the Wild". Muitas do Pearl Jam, Neil Young...
O cenário era muito bonito. Simples, mas de uma composição interessantíssima. Uma hora parecíamos que estávamos no meio de um luau. Fogueira, barraca, e o céu estrelado.
Acertei em cheio em ter ido no último dia, Eddie disse que esse foi o melhor. E parecia verdade mesmo, e não era balela de todo rockstar.
Meu primeiro show do Pearl Jam em 2005, eu escrevi um texto longo a respeito do show, com certeza foi um dos top ten da minha vida. Esse de ontem junto com os do Bruce Springsteen estão no mesmo nível.
O show de ontem parecia mágico. Nunca imaginei ir em um show de um cara tocando violão/guitarra, sem baixo, nem batera, e gostar tanto assim. Devo estar ficando velho. Talvez eu só aguentaria se fosse o Eddie Valter mesmo.Ou o The Boss. Só ficou faltando uma música do Bruce. Parece que ele tocou no segundo show, na quarta-feira. Disse que terça-feira foi uma merda, muita gente tirando foto, filmando, adorei o recado! É pra curtir o show seus filhos da puta! É uma oportunidade única, sentem a porra da bunda na cadeira e curtam a música. Hoje em dia parece que não estão pela música e sim pra colocar fotos no Face. Como vocês podem ver, não tirei uma foto, pra mim é sempre melhor assim. Sou um eterno romântico. Vou pedir pra voltar os isqueiros nos estádios.
E parem de beber! Ficam atrapalhando toda a hora! Se querem beber, vão a um bar! Toma no cu!!
Lembro quando o blood brother
Fernando Furtado comentou;"sou louco pra ver um show do Springsteen só com voz e violão", agora estou nessa também,Fernandão!
Talvez não seja tão bom quanto o do Eddie. I dont know. Vai saber. Existem shows que ficam para posteridade, e eu até morrer vou falar deles. Esse do dia 8 de maio é um deles.
Eddie Vedder, obrigado pela voz!! Obrigado pelo rock and roll!
"Tem um cara na multidão que me pediu em casamento, eu sou hétero, ele também, mas não sei... nesse exato momento que um cara pediu em casamento a namorada, o clima está meio estranho... acendam as luzes, quero ver esse cara, vai que... é... melhor não!".
Um doidão entrou no palco à convite do vocalista do Pearl Jam e cantou a música do The Clash, e cantou muitíssimo bem. Bacana.
Tomara que essa turnê volte no ano que vem. Vou querer ir nos três shows.
"Pra mim Deus é Pete Townshend, Joe Strummer", Eddie concordo com você, e para o manezão que escreve, você também está na lista.
"Perdoem, esqueçam, se perdoe, esqueçam os problemas...", assim aconselhou o artista da noite.
Dei sorte na saída, peguei dois ônibus e cheguei cedo em casa.
Ah, o que seria de mim sem o rock and roll...
Porra nenhuma!! Um cara muito triste!!
Eu tô vivo e vi esse show!!
Mesmo que você não exista, Deus, valeu seu velho safado!!!
Eddie, eu queria lhe dar um abraço e agradecer por todos os momentos que eu escuto você e a sua banda, desde os meus 12 anos!! Tenho quase 32, e isso não é pouca coisa.
Amém!
