Tuesday, June 18, 2013

PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA SENTI ORGULHO DE SER BRASILEIRO

Nunca tinha ido a uma manifestação. Eu não gosto dessas coisas. Admiro caras que também não ligam para isso. Mas dessa vez eu fui lá. Acompanhado da revolucionária Hadil. Presenciei cenas maravilhosas. Jovens que ainda acreditam num país. Eu não acreditava. Falei no passado. Eu cantei, pulei, chorei diversas vezes. Milhares de pessoas cantando que o povo tinha acordado, para as pessoas virem às ruas protestar, xingamos Alckmim, Haddad, Dilma, "abaixa a tarifa, coloca na conta da Fifa", entre outros cânticos legais e engraçados.

15:30 da tarde eu já estava lá no Largo da Batata. Umas cinco e pouco da tarde começamos a marchar. Cartazes de todos os tipos:" verás que um filho teu não foge à luta". Uma velhinha de 84 anos andava com um cartaz também protestando, ela sorria, ela se emocionava, todos aplaudiam a vovó . Pessoas nos prédios com panos brancos nas janelas, funcionários do Black Dog com o estabelecimento fechado, mas agitando da janela. Papéis picados sendo jogados pela janela.

Gente nos carros entrando na manifestação, buzinando, motoristas de ônibus dançando, pegando faixas e estendendo na frente do busão, motoboys fazendo aquelas chatas e irritantes buzinas pela primeira vez parecerem músicas celestiais.

Chegamos até a Ponte Estaiada, perto da Marginal, quem diria que um dia andaríamos a pé na Marginal?! Não vi um incidente, nenhuma confusão. Quem ousava causar era repreendido na hora com "sem violência, sem vandalismo".

Nunca cantei o hino nacional com tanta alegria, até aquele chato:" eu sou brasileiro..."(música que o Mauro Cezar Pereira adora), eu entoei com vigor.

O momento mais tenso foi na estação Berrini do trem, como não havia condução, paramos o país, 100 mil pessoas estavam tentando pegar o trem ao mesmo tempo, mas não por menos o pessoal continuava a berrar:"pula a catraca, pula com carinho!". Na estação Pinheiros, dentro do metrô, todas as pessoas que estavam lá cantavam, emoção pura.

Nunca imaginei que iria participar de uma revolução. Participei da história. Me sinto muito bem com isso. Quem não foi, incentivo a ir, é uma experiência única. Fazer história pelo seu país. Agora posso chamar de meu.











Faria Lima




Meu avô diria:"A república está em frangalhos". Meu pai diria:"brinque com a história, ache que a vida toda nunca vai acontecer nada com você(governo), roube pra cacete, não respeite o povo, vai sempre ficar nessa inércia, eis o que acontece...".

3 comments:

Anonymous said...

Particepei de uma passeata pelo sindicato e não me arrependo. A rede Bandeirantes de televisão falou muito mal da passeata "Vagabundos que só atrapalharam o trânsito", Mas essa é a opinião da Band, né? Cada um tem a sua. E filmes sobre o "Amor" eu quero vê aquele "Once - apenas uma vez". Já viu, se vc tiver pode me emprestar? Abraço, Pedro.

Pedro Pellegrino said...

Enéias, é isso mesmo. A mídia pode transformar o oprimido em opressor, frase do Malcolm X. Acho que vi esse filme. Sobre os músicos, não é? Não tenho não. É bacana. Abração.

Anonymous said...

Sim, dos músicos! vou tentar baixar. Abraço. Enéias.