Tuesday, December 03, 2013

Pô, cara, tô te adicionando aqui, eu vi que você curte as paradas do Bortolotto...".

Ás vezes fico um ano, dois, sem ver o meu parceiro, Enéias Ribeiro. O cara me falava que gostava de Blues, que estava aprendendo as técnicas, estudando, e aprendendo a fazer gaita.

Muitas vidas se passaram, e eu fui ver um show do brother. A Mayra Guanaes(nossa amiga em comum, quer dizer, primeiro ela era amiga do Enéias), estava nesse show na Francisca Miquelina. Há quanto tempo foi esse show? Eu não me lembro.

O que eu sei é que o show que eu presenciei hoje da apresentação do meu irmão, foi totalmente outro músico que estava no palco. Ele contou a sua evolução e o que o incomodava naquele show da Francisca Miquelina.

Porra, véio, quando o primeiro som saiu da sua gaita eu levei um susto, parecia um bluesman de verdade. Parecia não, você é. Parabéns! Eu fiquei muito, mas muito feliz mesmo, porque, para um cara chegar a esse nível precisa se dedicar e muito... passar noites acordado, estudando e etc.

A banda era do Dudé Vocalista. Muito competente o conjunto musical. Comecinho de 2012 ou final de 2011, eu fui em um festival chamado F.O.D.A, do Palazini Oda, lá eu conversei com o Muqueta na Oreia e comecei a parceria com a banda, nesse dia, o Dudé também tocou.

Voltando ao show de ontem. Muito legal que a família do Enéias compareceu. O show foi realizado na Praça Dom José Gaspar, ao lado do meu trampo. Tem uma foto de um prédio aí nas fotos, é o meu local de labuta. Numa ocasião eu estava saindo do meu expediente, quando cruzei com o Enéias, ele iria fazer um show ali ao lado num bar, não consegui ficar para assistir, dessa vez eu vi.

Estava acontecendo a feira de vinil, lotado de gente. Encontrei o Juninho Sangiorgio do Ratos de Porão( O Inimigo), tirei uma foto com ele.

E pra variar, tem sempre que ter um filho da puta. Dessa vez tinha dois. Um casal de velhos, vou chamar de velhos, gagás, esses não merecem respeito. Queriam porque queriam que a banda diminuísse o som,"tem esse prédio em frente, tem gente doente, querendo dormir", esses eram os argumentos idiotas do casal. Os responsáveis pelo evento estavam furiosos, porque a retardada da mulher chamou a polícia, queria acabar de vez com o show.

O Dudé mandou a polícia algemar ele após o término do show, o "seu polícia" ficou fulo da vida.

No intervalo da primeira parte do show, teve uma participação dos "Mestres da Bola", é um programa sobre futebol. Nos moldes do Estádio 97, é o que parece. Um dos apresentadores perguntou se tinha algum palmeirense na plateia, acho que eu fui o único a levantar a mão. Ganhei uma caneca deles.

O concerto teve a participação de mais dois gaitistas, tem uma foto aê que estão os três gaitistas do evento.

É isso, uma salva de palmas para o evento em comemoração ao dia do deficiente, deve ter sido isso que eu entendi, o Rebelde da Gaita me deu uma camiseta.

Rebelde da gaita não, é o Garoto Prodígio, assim disse o Dudé para o meu mano Enéias. Pô, eu fiquei comovido.

Velho, pode me aguardar em todos os shows, vou lá te encher o saco, virei fã.

Eu não entendo nada de blues, mas entendo de amizade.

OBs: Ah sim, a frase do começo do texto foi quando o Enéias me adicionou pela primeira vez no MSN, deve ter sido em 2003/2004.

































"Para o Pedro, com o detalhe verde da capa-feito aliás por outro palestrino ilustre- como uma homenagem! Abraço alvinegro da vila,Marcelo(Nov-2013)"


Quanta merda sendo escrita por aí.
Quanta coisa sem sentido e esquecível no exato momento que você a lê.
Quanta bobagem sendo dita pelos ditos cultos e genias.
Quanta música ruim.
Quantos filmes sendo estragados.

O meu amigo poeta e santista, Marcelo Montenegro é exatamente o contrário do que eu escrevi acima.

O cara é um puta poeta. Hoje em dia ainda ter alguém que ofereça a cara fazendo poesia é raro. O que vale é só piada idiota, a cultura inútil ad infinitum.

O Marcelão é um escritor de mão cheia(os posts do seu blog eram[ e são] obras-primas), roteirista de séries de tevê, escreve como se a luz nunca se apagasse.

Recebi via correio o exemplar do seu segundo livro de poemas. Coisa fina. deveria ser ensinado nas escolas. Como é bom ler essas palavras de um cara mais que gente boa.

Restos de Estúdio
"Cada cigarro fumado na madrugada fria do posto
de uma cidadezinha absurda qualquer
durante a parada do ônibus.
Quantas imagens apodrecidas
na garganta seca das descrições,
Canções que não chegaram a tempo.

Quantos dentes pintados de preto
nos retratos sérios dos livros de História,
Tanto amor que virou desespero.
Cada silêncio perdido no grito,
Tantos cacos de vidro em cima dos muros,
Como se eu mesmo os tivesse escrito.

Quantos versos criados a bordo e não anotados,
Tanto rancor latejando
na mudez de socos não redigidos,
Tanta fita cassete e as gargalhadas
de todos os loucos
espanando o sublime do mundo.
Quantas giletes cuspidas de um pulso,

Quanto caderno novo começado,
Quantas falas roubadas de amigos,
Tantos pântanos não soletrados.
Quanta inocência colhida em varandas de abismos
que eu carrego comigo
como um tesouro afundado.



Velhas variações sobre a produção contemporânea

Gerúndio Jazz


Agora mesmo algum maluco
deve estar postando qualquer treco
genial na internet,
alguém deve estar pensando
em como melhorar aquele
texto enquanto lota o especial
de vinagrete, perseguindo
obstinadamente um acorde
voltando da padaria.

Agora mesmo alguém
pode estar pensando
que guardamos só pra gente
o lado ruim das coisas lindas -
assim, trancafiado a sete chaves
de carinho - alguém
pode estar sentindo
tudo ao mesmo tempo
sozinho, assim brutalmente
sentimental, feito coubesse
toda a dignidade humana
num abraço tímido.

Agora mesmo alguém deve estar limpando
cuidadosamente o cd com a camisa,
pulando a ponta do pão pullman,
sentindo o baque da privada gelada,
perguntando quanto está o metro
daquela corda de nylon, trepando
no carro, empurrando o filho
no balanço com uma mão
e na outra equilibrando
a lata e o cigarro, agora mesmo
alguém deve estar voltando,
alguém deve estar indo,
alguém deve estar gritando feito um louco
para um outro alguém
que não deve estar ouvindo.

Agora mesmo alguém pode estar
encontrando sem querer o que há muito
já nem era procurado, alguém no quinto sono
deve estar virando pro outro lado,
alguém, agora mesmo, no café da manhã
deve estar pensando em outras coisas
enquanto a vista displicentemente lê os
 ingredientes do Toddy.




 Poetas moram dentro de seus poemas
Para Augusto Silva

Um saxofonista tirando à tarde
a canção que tocará à noite.
Poetas moram dentro
de seus poemas.
Alguém nadando no mar
quando a gente o perde de vista.
A cantora exaurida
subindo as escadas
com os sapatos de 
salto numa das mãos.
Onde se mede a febre
da cidade. Ouvindo
até quase não suportar
a faixa mais linda do disco.
O cérebro do bandido
repassando o serviço.








SUBINDO DE CARGO NA EMPRESA DO 7 PARA O 16 ANDAR

Tem uma faxineira no meu trabalho que entrava na sala, eu cumprimentava, e ela nada. Pensei que ela fosse surda. Lá tem muito PCD, pessoas com alguma deficiência, etc.

Outro dia essa faxineira entrou na sala e começou a falar, falar, falar, não parou um minuto.

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