ELES CONTINUAM BLUES

O primeiro álbum da banda Saco de Ratos, intitulado  Velhos Bêbados Barrigudos Tocadores de Blues"(nome tirado de um leitor que enviou um comentário para o blog do Mário Bortolotto reclamando que a banda não saía da mesmice), era ótimo, no entanto, a banda em seu mais novo trabalho evolui pra cachorro. Eles incorporaram o espírito desse lema acima e fizeram o segundo disco.

Na introdução, o ator Pereio diz o comentário do leitor, rechaçando que estão cada vez mais velhos, mais bêbados e mais barrigudos.

A segunda faixa(Vulgar) é um southern rock pra ninguém botar defeito. Com o guitarrista Fábio Brum incorporando os negros do Alabama. O refrão é um tapa na cara do amor meloso de hoje em dia:" você vulgarizou a palavra amor".

A música "Blues" é um poema digno das melhores obras do Bortolotto. Lembro a primeira vez que escutei essa linda canção;  no primeiro show da banda, após o Bortolotto sofrer os 3 tiros em um assalto. Foi uma celebração a vida e a  arte desse cara,(uma Mostra com a sua obra no Itaú Cultural). Quando as primeiras palavras desse poema foram ditas no Itaú Cultural acompanhadas pela excelente banda Saco de Ratos, percebi a força da música,e a presença de algo que não sei bem o que foi em cima do palco.

"Se Eu Tivesse Grana Hoje" e  outras desse trabalho seriam aprovadas por Cazuza, Bruce Springsteen, entre diversos grandes letristas do rock. A dupla Bortolotto/Brum é mais uma pra entrar no rol das seletas parcerias: Lennon/McCartney, Jagguer/Richards.

"Revendo Hitchcok" é uma composição com o poeta Marcelo Montenegro, não tem como não entrar dentro do refrão:" eu tô de bode, revendo Hitchcock"

"O Fundo do Prato" é uma belíssima canção de desespero."Dois Fantasmas", ficava melhor plugada, o solo do Brum nessa song era de arrepiar, talvez por ter tantos solos nas músicas do álbum, eles optaram por fazer só voz e violão. Mas mesmo assim a música não deixou de perder a sua qualidade.

"Deprimido" é a faixa que todo cara infeliz deveria cantar para a sua namorada.

Uma vez falaram que as músicas da Saco de Ratos narram  as nossas vidas. É bem por aí.

"Parmegiana Song", é mais uma parceria com o grande poeta Marcelo Montenegro. A surpresa dessa música é o vocal do Marcelo Watanabe. Além de um exímio guitarrista, ele possui uma bela voz. Uma das músicas mais lindas que ouvi. A letra é uma obra prima.

"Com o Outro Na Sua Boca", fecha o cd, com uma homenagem a traição.

Sim, é verdade, não traia seus instintos, a Saco de Ratos é uma banda de rock e pronto.

Obs: não posso esquecer de citar a cozinha coesa da banda: Fábio Pagotto(baixista e backing vocals) e Ritchie Vecchione(baterista) formam essa que é uma das melhores bandas do Brasil. Mas é claro que não vai tocar na MTV e nem nas rádios rock.



Site: www.sacoderatos.com.br

Faixas do Cd:

Introdução Pereio
Vulgar
Blues
Se eu Tivesse Grana Hoje
Revendo Hitchcok
O Fundo do Prato
Dois Fantasmas
Deprimido
Parmegiana Song
Balada do Velho Quarteirão
Augusto Sérgio
Temporal
Com o Outro Na Sua Boca

Mário Bortolotto-voz
Fábio Brum-Guitarrista
Marcelo Watanabe-Guitarrista
Fábio Pagotto-Baixo e vocais
Rik Vecchione-Batera







Essa música vai estar no terceiro disco.

Trocava ideia com o motorista do busão. Me despedi. Passei pela catraca. Em plena avenida paulista, o sangue bom, diz pra mim:"onde você vai descer? ah, perto do shopping, vai gastar muito lá? compras de natal?" ele berrava lá da cabine e eu no fundo do ônibus respondendo. Não parou no ponto, estacionou o veículo mais a frente , e abriu a porta pra mim o mais perto possível do meu destino. Motorista particular de bus é pra poucos,rs.

50 Tons de Inferno
Me dá pena esse pessoal tirando fotos na Paulista. Duas da matina, um trânsito insuportável, ainda os brilhantes engenheiros resolvem liberar a ciclofaixa mais cedo, engraçado, não começava no domingo?! Não, tem que fazer um negócio pra ficar um lixo, se pode piorar, vamos piorar. Mas tem que ter muita vontade pra andar de bike às 3 da manhã, com chuva, tudo alagado, ah, vá fan culo!! Ainda bem que coloquei um AC/DC(ou melhor,a 89 colocou pra mim) e aumentei no último volume, só pra expulsar os demônios. Minha avó está lendo o "50 tons de Cinza", não há mais o que falar.


Essa série é afu!

Melhor filme do ano, disparado é o Drive. Já assisti umas 5 vezes e quero ver de novo.

Melhor série: essa é difícil, sou viciado nelas, talvez fique entre a Boardwalk Empire e Breaking Bad, das mais novas, é claro. Dexter continua sendo insuperável.

Melhor livro: todos do Dennis Lehane. Biografia do Lobão.  Dj-Canções para Tocar no Inferno-Mário Bortolotto, e gostei bastante desse de baixo:



Peguei muitos livros na biblioteca, acho que foi o ano que mais "aluguei" os livros, ou será que foi no ano passado? Bom, I dont know...


Cresci ouvindo a 89 fm, a rádio Rock.Aprendi muito sobre música com esses caras. E não é que a estação voltou mesmo! Sintonizem lá. 2013 já começou de uma ótima forma. Parabéns por voltarem! Quero trabalhar na rádio! rs.

DISCOS

Os discos que mais escutei esse ano foram:

Nola, do Down
The Great Execution-Krisiun
Todos do Torture Squad
Kairos-Sepultura
Peste-Claustrofobia
Todos do The Gaslight Anthem
Alabama Shakes
Bica na Cara- Surra
Lobisomem em Lua Cheia-Muqueta na Oreia
Wrecking Ball-Bruce Springsteen
Saco de Ratos-2
Meshuggah- esqueci o nome.

Bom, acho que esses foram os melhores do ano, pelo menos pra mim.


Ah, quero adquirir o play dessa banda  aqui, garanto que vai estar entre os favoritos

SOCOS NA PAREDE

Terça-feira assisti a leitura da peça do brother, Sergio Mello.

Com direção do Nelsinho Peres, e atuação primorosa de Igor Kovalewski, essa é a segunda peça teatral que assisto do Sergião. Por ser uma leitura, fiquei impressionado com a desenvoltura do ator e o impacto do  texto. Vamos aguardar a estreia...

Em homenagem a esse cara bacana, um dos melhores poetas da nova geração(ele mostrava o livro clássico "No Banheiro um Espelho Trincado" para o primo dele, e eu queria tecer tantos elogios, tantos adjetivos poderosos que esse livro merece, que acabei não falando porra nenhuma, é o livro de poesias que mais li na vida),também  fanático pelo Bruce Springsteen, aí vai um poema em sua homenagem, desculpa aí, poeta, mas eu tentei, e como o título diz:



COM  POEMA NÃO SE BRINCA

Para Sergio Mello

A primeira vez que costurei meus ouvidos
Usei um algodão queimado
De forma a não ficar delicado
Costumo tratar meu corpo como um sparring de Jake LaMotta

Me encanta as poças d'água que ficam dentro do tênis
"esse é pra bater", dizia meu irmão, quando comprou o mesmo par
ficávamos vendo um clipe do Bruce, enquanto a nossa mãe trazia o bolo de laranja
Nunca me perdoei pelas merdas que disse na hora errada

A primeira vez eu usei uma navalha
Ele, uma corda
E permanecemos assim estupidamente felizes
rindo do nosso plano furado de liberdade.

RETROSPECTIVA DE CU É ROLA

Posso bater as botas amanhã, entonces vou falar um pouquinho desse ano que estais acabando...

Estive "dentro de uma banda". Sim, amigos, conheci os malucos do Muqueta na Oreia, e por uns seis meses(ou mais) fui assessor de imprensa deles, roadie e o diabo a quatro. Com 30 anos na cachola, nunca imaginei que estaria por dentro de uma banda tão foda como eles, vivendo o dia a dia dos embuenses. Posso dizer que nunca fui tão feliz. Obrigado, Muquetada!

Em 2012 eu definitivamente aprendi a dirigir. É claro que ainda preciso melhorar muita coisa na direção, porque se o cara se achar o Ayrton Senna acaba se fudendo. Mas nunca esperava conseguir pilotar, sair com a minha amada namorada(ouvindo um sound) dentre outras coisas e tal.

Eu vi o meu time ser campeão da Copa do Brasil. Sinceramente, depois de tantas decepções com o Palestra, achava que nunca mais assistiria o time levantando caneco, vibrei como um animal, a ponto de um amigo meu dizer:"o cara que mais comemorou o título da Copa do Brasil que eu conheço é você!".

Fui assistir o meu ídolo Bruce Springsteen em New Jersey. Um bagulho totalmente impossível pra minha cabeça. Fiz amizade com os fãs do Boss. Já com essa idade toda me surpreendi em ser de um fã clube do Bruce, e não me sentir ridículo. É um mais gente fina que o outro. Altos papos.

O sentimento mais triste foi(e continua) sendo a doença do meu pai. Não sei como ele aguenta ficar um ano com uma sonda no pênis... Realmente o velho é de outro mundo. Espero do fundo do meu coração que em janeiro ele opere pela segunda vez e dessa vez dê certo. Porque da primeira o médico filho da puta Conrado Alvarenga(que só pensa na grana e não em curar os pacientes) fez uma enorme cagada. Seu doutor de merda, espero que o senhor sofra o tanto que o meu pai está sofrendo.

Muito bem, é isso. Valeu aos que ainda continuam lendo meu blog.

Beijos do Pedrão.

Kurt Cobain deve ter ficado felizão. Seu sonho quando montou o Nirvana era fazer uma mistura de Beatles com Black Sabbath. Acabei de ver isso. Dave Grohl, Kris Novaselic , Pat Smear e Paul Macca. A potência do som foi de impressionar. Os Beatles foram um dos primeiros a fazer um som pesado com a "I Am Walrus". Será que o futuro do rock está nos primórdios do gênero... Vou torcer para que lançem um álbum para revolucionar a música, o rock and roll necessita.

PRA QUEM TÊM TANTA HISTÓRIA O PRESENTE NÃO IMPORTA

Não acredito no que eu vivi.
Não acredito no que eu assisti.
Não acredito na festa que presenciei.
Não acredito que na emoção que eu passei.
Não acredito nos títulos que eu senti.
Não acredito nas vitórias dos meus antepassados.
Não acredito em ter visto tantos craques.
Não acredito na minha sorte.

Não acredito nessa torcida divina.
Não acredito em outros jogadores.

Eu acredito no São Marcos.

MARIÃO INAUGURANDO NOVO TEATRO E UMA OBRA NOVA NA PRAÇA

TEATRO CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS – INAUGURAÇÃO
Eu podia tá roubando, abrindo um bingo, um negócio de churrasco grego com Fanta Uva, ou simplesmente ficando em casa e relendo minha coleção de Ken Parker, enfim, qualquer negócio mais edificante. Mas eu resolvi ferrar um pouco mais a minha vida. Então resolvi ter um teatro. Olha só que idéia mais brilhante, né? Tem um trecho do meu livro “Bagana na Chu

va” em que eu escrevi o seguinte há muito tempo atrás: “Teve um livro que eu li com bastante atenção. Aliás, eu não li, eu decorei. É um manual pra mim. Não consigo viver sem consultar esse livro que trago comigo no bolso da calça. Trata-se de “Como foder minha vida em N lições”. É um grande livro. Meu pocket inseparável”. Então eu tava guardando há muito tempo uma grana pra eu dar entrada num apartamento maior. E aí eu vendia minha kitchenette e ia morar num lugar com um pouco mais de espaço pros meus livros, gibis, discos de vinil e bugigangas culturais que fodem minha renite alérgica e só interessam mesmo a mim e a mais ninguém. E então apareceu essa oportunidade de eu ferrar ainda mais a minha vida e é claro que eu ia me sentir um puta cuzão se eu não desse a minha fuça maltratada pra bater. A partir de amanhã (01/12 – Sábado), Danielle Cabral e eu seremos sócios do “Teatro e Bar Cemitério de Automóveis”. Vai ser uma inauguração simples, mesmo pq não temos grana pra algo maior. Vou tentar instalar um som no bar pra gente ficar curtindo uns blues (de várias seleções que pretendo fazer) madrugada a dentro. Vou colocar uns quadros na parede que tenham a ver com a gente, sabem como é: Bukowski, Kerouac, Johnny Cash, Cassius Clay, etc. Ou vcs tavam achando que eu ia colocar uns palhacinhos alegres e tristes? E vamos abrir com uma exposição do Carcarah. Tá bom, né? Então é isso. Amanhã (dia 01/12), vamos fazer a nossa peça “O inferno em mim” às 21h30 e depois ficar por lá bebendo e ouvindo blues (cenas essas que devem se repetir indefinidamente). É claro que teremos que abaixar a porta lá pelas 00h30 (tem a tal da lei psiu, né?), mas nós vamos continuar lá dentro e os amigos sabem que é só chegar e bater na porta que a gente abre. Nós vamos estar lá, no nosso refúgio, nosso bunker que eu vou usar pra me esconder um pouco (tô precisando me esconder – já tô chegando naquela fase de evitar os bares e ir dormir cedo, caramba – nos últimos dias tô chegando em casa antes da uma da manhã – que merda tá acontecendo comigo?). O que eu sei é que se eu vou mesmo continuar a ferrar a minha vida como venho insistentemente fazendo há 50 anos, pelo menos quero ver se consigo fazer isso em boa companhia, boa bebida e boa música. Me parece que já é o suficiente pra um sujeito com cada vez menos aspirações na vida. Eu não tenho mesmo pra onde ir.
O Teatro e Bar (notem que é importante frisar o “Bar”) “Cemitério de Automóveis” vai funcionar onde era o Teatro Estação Caneca. Na Rua Frei Caneca, 384. Vai abrir sempre às 19h00 e abaixar as portas à 00h30 (eu disse que a gente vai abaixar as portas, mas não disse que a gente vai fechar, ok?) Mas já quero também deixar claro que assim como no antigo “Bar Cemitério de Automóveis” que a gente tinha na Conselheiro Ramalho, vamos colocar uma placa com os seguintes dizeres: “Aqui o cliente nunca tem razão”. Isto é, não adianta pedir pra gente mudar a música que tá tocando, não adianta pedir outra marca de cerveja se só tiver uma (a gente até pretende ter mais de uma) e não venham me encher o saco. Eu sempre aponto o bar da frente. Não levo jeito pra um bom negociante, mas sou bom em ferrar a minha vida.

(Até queria colocar uma foto do Teatro aqui, mas sei lá o que tá acontecendo que o meu FB não tá aceitando fotos).

ENTENDENDO O FURACÃO

Abri o meu blog em 2.003, inspirado nos blogs de outros amigos (Daniel Galera, Pelizzari, Clarinha Averbuck) que lia freqüentemente e que gostava muito. Em 2.006 publiquei uma primeira compilação dos textos pela Editor

a Atrito. Foi um pouco depois que começaram os tais “anos do furacão” que é como eu chamo os anos que passei sozinho depois de terminar uma relação de 09 anos com minha mulher. Foram anos intensos de bebedeiras intermináveis, solidão, vagabundagem, trabalhos de ressaca e muito blues. Eu vivia numa montanha russa sempre em queda sem nenhuma rede de proteção. No final de 2.009 levei três tiros num assalto na Praça Roosevelt e tive que interromper forçosamente minha vida a mil e dar um pit stop. Até hoje não entendo como sobrevivi. Quando voltei, entendi que estava vivendo minhas faixas bônus. Em primeiro lugar, pensei em sossegar um pouco, beber menos, essas coisas todas que a gente pensa depois de uma experiência traumática como a que eu passei. Mas na verdade, eu estaria me iludindo se realmente acreditasse nisso. Ainda sinto dores no peito por causa dos tiros. Meu braço esquerdo não tem a mesma desenvoltura do direito, mas nada disso me impede de continuar levando a vida do mesmo jeito que levava. Sou mais ligado hoje em dia. Sou cabreiro com bar que só tem uma porta, por exemplo. Sempre achei que o mundo era violento pra caralho. Mas depois de você sentir literalmente na pele, a história fica ainda mais hardcore. A vida humana não vale porra nenhuma pra um monte de sujeitos que não vão pensar duas vezes antes de descarregar uma automática na sua carcaça. Então convém ficar ligado e não dar mole. De resto, dei um tempo com o blog em 2011. Achei que precisava dedicar o meu tempo a meus outros trampos literários. Retomei há pouco tempo quando escrevi alguns textos (alguns estão aqui nessa compilação), mas uso mais como agenda hoje em dia. Então essa talvez seja a última compilação de textos do blog. É claro que não sou Sean Connery, então nunca digo “nunca mais”. Mas é assim que eu penso hoje em dia. Selecionar esses textos foi um trabalho exaustivo já que eu escrevia prolificamente. E confesso que fiquei bêbado e muito triste relendo esses textos. Mas apesar de tudo, o bom é saber que não me arrependo de nada. Faz parte da minha história, do que eu fui, do que eu sou e do que ainda vou ser nos anos que me restam. E eu não faço a menor idéia do que o futuro me reserva. Mas um pouco do meu passado tá aqui.

Outono de 2.011 

O lançamento é 10 de dezembro.

Dúvida cruel: assistir a segunda do Breaking Bad, a primeira do The Killing, a primeira da Homeland, os últimos capítulos da Girls, ou a segunda do Sons of Anarchy? Descolei um lugar que vende todas as séries(baratinho, baratinho...), o mundo pode até acabar, que vou estar bem abastecido. Acho que primeiro terminarei os episódios da Sessão de Terapia no Now. Beijo pra quem fica.

Não concordei com a saída do Mano. Não concordei com a saída do Scolari do Palestra. Fico contente pelo Felipão de volta à seleção! Aproveite, mestre e conquiste o hexa! Tu merece! E meu caro, Tite:" fala muito!!", chupa! rs.